Cap. 197
O dedo de Tex acaricia o gatilho e só não dispara porque sua visão periférica o alerta sobre alguém se aproximando rapidamente. Irmã Bridget avança com sua faca em riste, preparando-se para dar bote sobre Tex em seu cavalo.
Ela é rápida, mas não mais do que uma bala. Tex dispara antes mesmo de conseguir identificar o que vinha em sua direção.
A moça cai. Augustus corre em direção a ela e o pistoleiro comemora: — Uma freira! Eu atirei na porra de uma freira. Há! Matei o Ray de novo e ainda atirei numa freira!
Ele olha para Augustus e continua: — Não é o mesmo que tacar fogo num circo, eu sei, mas eu nunca tinha feito isso antes. Quero dizer, atirar na freira e não, matar o Ray.
Satisfeito com sua noite, o pistoleiro coloca os cavalos para andar e, quase agradecido, decide se despedir: — Quer saber? Venha atrás de mim, delegado. É divertido quando você aparece.
Tex grita, os cavalos disparam e Augustus sente um joelho atingindo seus testículos.
— Não toque em mim, maldito! – pragueja uma ferida, mas nem tanto, irmã Bridget. — Você está deixando ele fugir.
Ela se levanta, esboça cambalear atrás de Tex, mas desaba após o segundo passo.
Caído um pouco mais atrás, Augustus se encontra em uma nova dúvida: deve ir verificar se a moça está viva?
Enquanto o delegado tenta respirar, se decidir sobre ajudar a freira e arriscar conferir se seus testículos ainda estão inteiros e no lugar, o xerife alcança, finalmente, a janela.
Ele quebra a vidraça, pois não consegue mais sequer tentar abri-la. Sua mão está quase largando a bomba do lado de fora, quando ele ouve um relincho.
São dois cavalos, assustados e amarrados bem abaixo da janela.
Wayne não irá largar a bomba sobre os animais. Ele tenta erguer o braço e é obrigado a aceitar que não tem mais forças para jogar o artefato para longe.
O pavio está no fim, não há mais tempo para tentar fugir. A melhor opção é abraçar o explosivo e tentar diminuir o estrago.
Pelo menos, assim, talvez os cavalos não fiquem machucados.
Só resta esperar o estouro.